O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido na quinta-feira (25) a uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral no hospital DF Star, em Brasília. O procedimento foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo no qual Bolsonaro foi condenado e cumpre pena de 27 anos de prisão.
Bolsonaro havia sido transferido da Superintendência da Polícia Federal para o hospital na quarta-feira (24), onde realizou exames preparatórios. A cirurgia teve início por volta das 9h e durou cerca de quatro horas, sendo realizada sob anestesia geral. Segundo publicação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro nas redes sociais, o procedimento ocorreu com sucesso.
De acordo com laudo da perícia médica da Polícia Federal, a cirurgia era considerada eletiva — ou seja, não urgente —, mas necessária em razão do agravamento progressivo do quadro clínico do ex-presidente nos últimos meses. Os peritos apontaram sintomas persistentes, como crises prolongadas de soluço e tosse crônica, que aumentavam a pressão abdominal e contribuíam para a piora da hérnia.
O laudo indicou a presença de hérnias nas duas regiões da virilha. No lado direito, foi identificada a saliência de uma alça do intestino; no esquerdo, uma protrusão de gordura que reveste o abdômen. Segundo os especialistas, embora exista a possibilidade de tratamento conservador, a intervenção cirúrgica é recomendada na maioria dos casos para evitar complicações mais graves, como o estrangulamento do tecido herniado.
Inicialmente, apenas Michelle Bolsonaro estava autorizada a acompanhar o ex-presidente. Posteriormente, Moraes ampliou a permissão para a entrada dos filhos, enquanto outras visitas continuaram condicionadas a autorização judicial.A expectativa da equipe médica é que Bolsonaro permaneça internado por cerca de uma semana antes de retornar à carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.
Pouco antes do procedimento, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) leu, em frente ao hospital, uma carta que atribuiu ao pai, na qual o ex-presidente declara apoio formal à sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026. O gesto, no entanto, aprofundou divergências internas no grupo político bolsonarista.
Aliados como o pastor Silas Malafaia criticaram a forma como o anúncio foi feito, enquanto parte da direita esperava uma manifestação de apoio ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governador, por sua vez, declarou apoio a Flávio e sinalizou a intenção de disputar a reeleição estadual. Ou seja, amigos, mas adversários quando se trata da disputa pelo poder.






Deixe um comentário