Feijoada faz bem à saúde? Entenda os benefícios e os cuidados no consumo do prato símbolo do Brasil

Ícone de crédito Foto: Reprodução/Freepik






Feijoada faz bem à saúde? Entenda os benefícios e os cuidados no consumo do prato símbolo do Brasil





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A feijoada, presença constante nos restaurantes brasileiros ao menos duas vezes por semana — especialmente às quartas-feiras e aos sábados —, é reconhecida como um dos maiores símbolos da culinária nacional. Para além da tradição e do sabor marcante, o prato também desperta questionamentos sobre seu real valor nutricional e seus impactos na saúde.

De modo geral, nutricionistas avaliam que a feijoada pode ser considerada uma refeição bastante completa. O prato reúne proteínas, fibras e carboidratos, nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. As proteínas, presentes nas diversas carnes utilizadas, são fundamentais para a formação e manutenção dos tecidos, dos músculos e para a atividade enzimática. As fibras, encontradas principalmente no feijão preto e na couve — acompanhamento clássico da receita —, auxiliam no funcionamento intestinal e contribuem para a saciedade. Já os carboidratos, vindos do arroz e da farofa, são a principal fonte de energia do corpo.

Segundo a nutricionista e doutora em Ciências dos Alimentos pela USP, Camille Perella Coutinho, a feijoada não deve ser analisada apenas a partir de seus ingredientes isolados. “Existe uma sinergia natural entre os alimentos que compõem o prato, o que aumenta a atividade antioxidante da refeição como um todo, algo já demonstrado em análises químicas e celulares”, explica.

Apesar dos benefícios, especialistas alertam que a feijoada tradicional costuma incluir carnes salgadas, embutidos e cortes gordurosos. Esse conjunto eleva a quantidade de sódio e de gordura saturada da refeição, o que exige moderação no consumo. Para Eliana Bistriche Giuntini, nutricionista e pesquisadora do Food Research Center (FoRC/USP), a variedade alimentar é um princípio central da nutrição. “Nenhum alimento, isoladamente, é completo ou vilão. O equilíbrio está na combinação e na frequência. Consumir feijoada muitas vezes por semana pode levar ao excesso de energia e lipídios, favorecendo o ganho de peso”, afirma.

Do ponto de vista metabólico, a feijoada tende a ter impacto moderado sobre a glicemia. O feijão preto possui baixo índice glicêmico e é rico em fibras solúveis, que ajudam a manter os níveis de açúcar no sangue mais estáveis após a refeição. A presença de gorduras também contribui para retardar a absorção dos carboidratos, evitando picos glicêmicos.

Em relação à inflamação, o prato apresenta um efeito ambíguo. O feijão fornece compostos fenólicos e antocianinas; a couve é fonte de flavonoides; e a laranja, frequentemente servida como acompanhamento, adiciona vitamina C e antioxidantes. Por outro lado, o consumo frequente de carnes muito gordurosas pode, a longo prazo, estimular processos inflamatórios associados à resistência à insulina, obesidade e alterações na microbiota intestinal.

A saciedade é outro ponto positivo da feijoada, favorecida pela combinação de proteínas e fibras, que prolongam a digestão. O feijão também contribui para a saúde da microbiota intestinal, oferecendo fibras fermentáveis que estimulam o crescimento de microrganismos benéficos.

Já no que diz respeito à pressão arterial e ao colesterol, o cuidado deve ser maior. O excesso de sódio pode elevar a pressão, enquanto a gordura saturada presente em alguns cortes pode aumentar o colesterol LDL. Ainda assim, escolhas adequadas no preparo — como carnes magras, dessalgue correto e retirada do excesso de gordura — reduzem significativamente esses riscos.

Para tornar a feijoada mais saudável, especialistas recomendam priorizar cortes magros, cozinhar o feijão separadamente das carnes, usar temperos naturais no lugar do sal e aumentar a proporção de feijão e couve no prato. Assim, a feijoada mantém seu valor cultural e gastronômico, podendo integrar uma alimentação equilibrada para a maioria das pessoas, desde que consumida com moderação.


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Uma resposta para “Feijoada faz bem à saúde? Entenda os benefícios e os cuidados no consumo do prato símbolo do Brasil”

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