A Polícia Científica do Rio Grande do Norte (PCI-RN) realizou neste domingo (9) uma perícia técnica no galpão em construção que desabou no bairro Jardins, em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, no último sábado (8). O colapso da estrutura deixou duas pessoas mortas e uma ferida. A obra, segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Mudanças Climáticas (Semurb), não possuía alvará de construção.
As vítimas foram identificadas como Antonio Ferreira da Silva, de 35 anos, funcionário da obra, e Rodolfo Nobre, de 37 anos, filho do proprietário do imóvel. Uma terceira pessoa foi socorrida com vida pelo Samu e levada ao hospital. O acidente ocorreu por volta das 12h20 e mobilizou o Corpo de Bombeiros Militar, a Defesa Civil e equipes de resgate.
Durante a operação, os bombeiros utilizaram um caminhão munck para remover partes de concreto e liberar o acesso aos escombros. As duas vítimas fatais foram encontradas sem vida após horas de trabalho.
A perícia de engenharia foi acionada para coletar vestígios, amostras e informações estruturais que possam explicar as causas do desabamento. Segundo a PCI-RN, estão sendo avaliadas hipóteses como falhas no projeto, erros de execução, uso inadequado de materiais ou sobrecarga no sistema de sustentação.
“O trabalho pericial é essencial para esclarecer a sequência de eventos que levou ao colapso da estrutura, identificar responsabilidades técnicas e apontar medidas que possam prevenir casos semelhantes”, informou a Polícia Científica, em nota.
O laudo técnico, que reunirá os resultados das análises de campo e laboratoriais, deverá ser concluído em até 30 dias, podendo ser prorrogado. O documento será encaminhado à Polícia Civil, que conduzirá o inquérito sobre o caso.
A Prefeitura de São Gonçalo do Amarante determinou o embargo total da obra e anunciou a abertura de um processo administrativo para apurar as responsabilidades. As penalidades podem incluir multas, demolição da estrutura e outras sanções previstas no Código de Obras e no Plano Diretor do município.
O episódio reacende o debate sobre a fiscalização de obras privadas na Região Metropolitana de Natal, especialmente em áreas de expansão urbana, onde o ritmo acelerado das construções muitas vezes supera o controle técnico exigido por lei.






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