O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar polêmica ao declarar apoio ao democrata Andrew Cuomo em uma disputa eleitoral local, surpreendendo aliados e adversários ao justificar a decisão com duras críticas a um candidato identificado como “comunista”, o muçulmano Mamdami. A declaração, feita em tom inflamado, foi divulgada por meio de uma nota oficial e rapidamente repercutiu entre comentaristas políticos norte-americanos.
“Seus princípios foram testados por mais de mil anos e nunca se mostraram eficazes. Prefiro muito mais ver um democrata, com histórico de sucesso, vencer do que um comunista sem experiência e com histórico de fracasso total”, afirmou Trump, em referência ao oponente do ex-governador de Nova York.
O ex-presidente, conhecido por seu discurso anticomunista e por raramente elogiar membros do Partido Democrata, fez questão de frisar que sua posição não se trata de uma mudança ideológica, mas de uma escolha “pragmática”. Segundo ele, Mamdani seria “incapaz de devolver à cidade sua antiga glória”.
Trump aproveitou ainda para ironizar o republicano Curtis Sliwa, afirmando que “um voto em Sliwa é um voto em Mamdani”, e brincou com o estilo do político nova-iorquino: “ele fica muito melhor sem a boina”. A referência é uma alusão ao tradicional acessório usado por Sliwa, fundador do grupo de vigilantes urbanos Guardian Angels.
Em outro trecho, o ex-presidente elogiou Cuomo, apesar das divergências históricas com o democrata. “Gostando ou não de Andrew Cuomo, você realmente não tem escolha. Você precisa votar nele e torcer para que ele faça um trabalho fantástico. Ele é capaz disso, Mamdani não”, disse Trump, encerrando sua declaração.
Os cálculos políticos de Trump
O apoio inesperado reacendeu o debate sobre o posicionamento político de Trump em disputas locais e o peso de sua influência dentro e fora do Partido Republicano. Analistas veem na fala uma tentativa de reposicionar sua imagem como líder nacional pragmático, disposto a apoiar candidatos com experiência, mesmo que de campos opostos, diante do avanço de figuras associadas à esquerda radical.
Andrew Cuomo, ex-governador de Nova York, deixou o cargo em 2021 após denúncias de assédio sexual, mas tem buscado reconstruir sua carreira política. Já Mamdani, de origem socialista, representa uma ala jovem e progressista que vem ganhando espaço na política nova-iorquina, defendendo políticas de moradia popular e transição energética.
Embora o impacto eleitoral do apoio de Trump ainda seja incerto, sua fala reforça uma tendência recente: o ex-presidente tem se mostrado disposto a intervir em eleições estaduais e municipais sempre que vê ameaças ideológicas à sua visão de país. O episódio também evidencia o cenário fragmentado da política norte-americana, em que alianças improváveis e discursos populistas continuam moldando o debate público.





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