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Olá, queridos! Como vão?
Esses dias eu tive uma conversa, totalmente despretensiosa. Falávamos apenas amenidades e, de repente, uma opinião daquela pessoa sobre um determinado assunto me fez perceber algo muito importante. Da mesma forma como alcançamos muitos dos maiores entendimentos da vida.
Nós já conversamos aqui, nesse nosso processo de se conhecer, sobre entender nossas qualidades e assumir cada uma delas. Sobre não ter receio de ser rotulado de “convencido” por se assumir quem se é e valorizar suas qualidades.
Ratifico esse posicionamento e continuo defendendo o quanto isso é importante!
Mas, puxei esse gancho para falar sobre a tal conversa que tive, pois, como tudo na vida, valorizar nossas próprias qualidades também tem medida certa e equilíbrio. Ainda que essa prática seja de grande importância, não podemos nos deixar cair na cilada de nos valorizar demais.
(Oi?)
É, é isso mesmo! Existe essa cilada em que a gente pode cair na vida quando somos confiantes, quando acreditamos em nosso potencial, quando sabemos nossas qualidades, além da conta, seja desde sempre ou quando passamos a aprender a reconhecer isso.
A cilada de deixar que isso tudo fale mais alto do que a nossa necessidade de estar em constante de aprendizado. De achar que, porventura onde já somos excelentes, não teríamos mais nada a aprender. O problema não é “se achar”, é não achar mais nada. É se cegar para as oportunidades de crescimento com as quais podemos nos deparar em qualquer lugar, com qualquer pessoa.
Por vezes, das fontes menos esperadas, podemos aprender lições para a vida. Pessoas que, aparentemente, têm muito menos conhecimento pelo pouco tempo de vida, podem nos surpreender se nos permitirmos escutar receptivamente.
Como por exemplo nessa conversa que mencionei no início do texto. Eu não esperava ouvir o que ouvi, especialmente por não esperar algo tão significativo de alguém que desperta em mim uma pré concepção bastante errada.
Sendo bem direta e transparente, como eu sempre sou em meus textos, eu tenho, sim, um pré conceito ao encarar o choque de gerações que me toma quando observo essa galerinha recém saída do forno.
Fui criada valorizando a experiência, a vivência, a sabedoria dos anos. Tanto que um dos meus maiores prazeres, no contato com meus avós, é ouvir suas histórias. Fico horas escutando, e perguntando também. Claro!
Mas para os mais jovens, eu nunca olhei dessa forma. Primeiro porque acredito que não faz muito tempo que me enxergo como alguém distante o bastante, em anos de vida, para notar essa diferença de idade.
(Por mais que repita algumas vezes “Ah, essa geração de hoje”, no fundo ainda me sinto muito jovem para isso, mesmo aos 40).
Segundo, porque uma coisa que essa geração sempre me passou foi algo que, para mim, chegava como falta de comprometimento, mas que na verdade vem do desprendimento com coisas que eu tenho como essenciais para me trazer segurança, estabilidade, e até mesmo, liberdade.
Por não valorizar essa forma de enxergar a vida, não valorizava muitos outros aspectos vindos dessas pessoas de pouca idade.
Mas, como a vida é uma excelente professora, esse tapa na cara me acordou para isso também. E eu agradeço por isso, de verdade!
Conversando com essa pessoa bastante novinha percebi que, apesar da sua pouca idade, já tem conhecimento de vida, entendimento e auto percepção que eu demorei muito para desenvolver.
O que essa pessoa já sabe hoje aos 20, eu, na minha posição de mais velha e, supostamente, mais sábia (para não usar a palavra ‘arrogante’), só fui aprender muito depois dos 35. E sei bem que ainda tem muita gente que aos 50 ainda sequer percebeu.
Não digo isso como uma competição de quem aprende mais cedo as coisas importantes da vida, mas como uma lição de que qualquer pessoa pode ter algo a nos ensinar.
Sempre digo que estamos em constante aprendizado, que vamos aprender coisas até o nosso último suspiro. E acredito nisso mesmo! Só não tinha me permitido ver que qualquer um pode ensinar.
Tudo pode ser fonte de aprendizado, inclusive aquelas que imaginávamos não ter nada para nos acrescentar.
Continuo firme no meu conselho anterior de valorizar nossas próprias qualidades e reconhecer nossa condição de pessoas incríveis, merecedoras, evoluídas, ou que estão no caminho da evolução.
Porém, o que estou querendo trazer à atenção aqui é que também devemos ter a humildade de perceber que as maiores lições podem vir dos lugares que menos esperamos, ou que não esperamos nada.
Saber se conhecer e evoluir no caminho do autoconhecimento requer também humildade para enxergar que o que eu aprendo sobre mim vai além do que está aqui dentro. Autoconhecimento requer não só auto observação, mas observação com “O” maiúsculo.
Não é uma questão de comparação, isso é algo que nos adoece por achar que temos de ser como o outro. É uma questão de olhar para tudo e todos como fonte de aprendizado e praticar isso como um exercício constante, assim como o autoconhecimento, que é um caminho sem fim.
Afinal, como a vida, o que importa é a jornada. Torço sempre para que a jornada de vocês seja proveitosa e cheia de aprendizados!
Até a próxima!
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