A Polícia Federal identificou movimentações financeiras atípicas de R$ 30 milhões nas contas do ex-presidente Jair Bolsonaro entre março de 2023 e fevereiro de 2024, segundo relatório baseado em dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O documento, integrante da investigação sobre suposta tentativa de obstrução do julgamento do caso golpe, aponta indícios de lavagem de dinheiro e outros ilícitos.
Do total movimentado, R$ 19,2 milhões (64%) corresponderam a depósitos via Pix, majoritariamente de doações de apoiadores. Os valores foram destinados principalmente ao pagamento de honorários advocatícios (R$ 6,6 milhões para dois escritórios) e aplicações financeiras (R$ 18,3 milhões em CDB/RDB). A PF também detectou transferências de R$ 2,1 milhões para o deputado Eduardo Bolsonaro e R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro no período de dezembro de 2024 a junho de 2025.
O relatório menciona ainda movimentações atípicas de familiares: Michelle recebeu R$ 2,9 milhões (sendo R$ 1,9 milhão de empresa da qual é sócia), Eduardo realizou operação de câmbio de R$ 1,6 milhão, e Carlos Bolsonaro recebeu R$ 4,8 milhões, incluindo R$ 700 mil referentes à venda de um apartamento.
A defesa de Bolsonaro afirmou ter sido surpreendida pelo indiciamento e nega descumprimento de medidas cautelares. O ministro Alexandre de Moraes deu 48 horas para que os advogados se manifestem sobre alegações de violação das restrições impostas.







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