Em sessão da Câmara Municipal de Natal desta quarta-feira (20), a vereadora Camila Araújo (União Brasil) gerou controvérsia ao defender que o Brasil deveria se submeter às sanções impostas pelos Estados Unidos, incluindo a chamada “Lei Magnitsky” utilizada pelo presidente Donald Trump contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Em pronunciamento, a parlamentar classificou como “impressionante” a decisão do ministro Flávio Dino que determina que leis estrangeiras só produzem efeitos no Brasil após homologação pela Justiça nacional.
“Este cidadão disse que no Brasil não cumprirá a Lei Magnitsky. Impressionante, porque é a soberania dos Estados Unidos”, argumentou a vereadora, acrescentando que o país “está sendo reconhecido mundialmente como um sistema ditatorial, comparado a Cuba, Venezuela, Nicarágua e China”. Camila Araújo também responsabilizou o presidente Lula pelo isolamento diplomático e afirmou que as medidas de Trump seriam uma resposta à política externa brasileira.
Em réplica, a vereadora Samanda Alves (PT) apresentou dados que contradizem o discurso catastrófico da colega. Citou o crescimento do PIB brasileiro (3,2% em 2023 e 3,4% em 2024), a queda do desemprego para o menor patamar da série histórica (6,6% em 2024) e a saída do Brasil do “Mapa da Fome” segundo a FAO/ONU em julho de 2025. “A verdade é que os números mostram que voltamos a crescer, apesar da conspiração internacional”, afirmou Samanda, em referência ao lobby de Eduardo Bolsonaro por sanções contra o Brasil.
O debate reflete a profunda divisão política na Câmara de Natal sobre as relações Brasil-EUA e a reação às recentes medidas protecionistas de Trump, que incluem tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e sanções pessoais contra autoridades do Judiciário.
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