O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou uma série de medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diante do que classificou como um “elevado risco de fuga” para os Estados Unidos. A decisão, assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, inclui o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acesso a embaixadas, vedação de contato com embaixadores e diplomatas estrangeiros, além da proibição de comunicação com o próprio filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos EUA.
A avaliação de ministros da Corte é que, apesar de o passaporte de Bolsonaro estar apreendido desde fevereiro de 2024, os Estados Unidos dispõem de mecanismos jurídicos que poderiam permitir sua entrada no país mesmo sem o documento. O alerta aumentou após a escalada da retaliação do presidente norte-americano Donald Trump contra o Brasil, inflamada pelas articulações de Eduardo Bolsonaro no exterior.
Na última quarta-feira (16), Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, em retaliação às decisões do STF que atingem Bolsonaro e à atuação do Brasil em defesa da regulação das chamadas “big techs”. Dois dias depois, a Polícia Federal deflagrou nova operação contra o ex-presidente, com base em um inquérito que apura coação no curso do processo, obstrução da Justiça e ataque à soberania nacional.
A operação, autorizada por Moraes com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), cumpriu mandados de busca e apreensão na sede do Partido Liberal (PL), em Brasília, e na residência de Bolsonaro, onde foram apreendidos 14 mil dólares, R$ 8 mil em espécie e um pen drive escondido em um banheiro.
Investigadores destacam que Bolsonaro já demonstrou, no passado, disposição para buscar proteção diplomática. Em fevereiro de 2024, ele passou duas noites hospedado na embaixada da Hungria, em Brasília, logo após ser alvo de uma operação da PF relacionada ao plano de golpe. O temor é de que um episódio semelhante possa se repetir, desta vez, com a colaboração de aliados nos Estados Unidos.
*Com informações da CNN
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