Exposição vai contar histórias e destacar representatividade negra feminina no Judiciário Potiguar

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Ícone de crédito Foto: divulgação

Tereza Maria da Conceição, líder quilombola de Currais Novos, Esperança Garcia, primeira mulher advogada do Piauí, Maria Firmina dos Reis, escritora maranhense e romancista do século XIX, Lélia Gonzales, escritora e pioneira na luta por um feminismo afrolatinoamericano, protagonizado por negras e indígenas. Apesar do grande papel exercido por elas, todas tinham uma característica decisiva no apagamento de figuras históricas brasileiras: eram mulheres negras.

Diariamente, são pontuados e reforçados diversos reflexos da desigualdade étnico-racial em áreas como educação, mercado de trabalho e representatividade política. Diante desse contexto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), por meio do Comitê de Valorização Feminina, em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secoms), vai realizar, ainda em julho, uma exposição fotográfica com o objetivo de dar visibilidade às mulheres pretas e pardas da instituição.

Na exposição Presença Preta, servidoras, magistradas, estagiárias e colaboradoras negras e pardas que constituem o Poder Judiciário do RN contam, por meio da fotografia, um pouco de sua história de resistência e conquistas. Para a presidente o Comitê de Valorização Feminina do TJRN, a desembargadora Lourdes Azevedo, a iniciativa é uma importante ferramenta na inclusão de mulheres negras em diversos espaços.

“Ainda existe essa política da branquitude, onde as pessoas brancas são as mais bem sucedidas e as ditas mais bonitas. Nesse momento do ensaio, a mulher negra aflora essa beleza, que muitas vezes fica reservada. É mais que visibilidade, é dignidade”, destaca a desembargadora.

Questão coletiva e ocupação de espaços

A importância da representação feminina negra é destacada por Maria Joseane da Silva, analista judiciário com especialidade em serviço social, servidora da 

Comarca

 de João Câmara, e uma das modelos do Presença Preta.

“Eu entendo que é uma questão coletiva. É importante para nós mulheres pretas estarmos nesses espaços, reafirmarmos que é um espaço que pode ser ocupado por todas nós. Independentemente da cor da pele, podemos representar nossa negritude e contribuir para superar algumas desigualdades existentes em virtude da raça e de gênero”.

O discurso é reforçado pela também analista, com especialidade em psicologia, Joyce Hellem. Para a servidora e uma das modelos do projeto, é “incrível ocupar um espaço que tradicionalmente é percebido como voltado para as pessoas brancas”.

O projeto

O Projeto Presença Preta tem o objetivo de contar histórias de mulheres negras e pardas por meio da fotografia. A iniciativa do Comitê Feminina e da Secoms foi idealizada em alusão ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Magistradas, servidoras e colaboradoras em geral que se identificassem como negras ou pardas foram convidadas a se inscrever no ensaio fotográfico que irá gerar a exposição. O principal critério foi respeitar a autoidentificação de cada uma, resguardando suas ligações culturais e afetivas com a descendência, por isso, não houve necessidade de banca de heteroidentificação.

As fotos produzidas pelos fotógrafos Tasso Pinheiro e Rodrigo Campos, farão parte de uma exposição itinerante que percorrerá as maiores comarcas do estado, tendo sua estreia em Natal ainda no mês de julho.



Exposição vai contar histórias e destacar representatividade negra feminina no Judiciário Potiguar

Ícone de crédito Foto: divulgação

Tereza Maria da Conceição, líder quilombola de Currais Novos, Esperança Garcia, primeira mulher advogada do Piauí, Maria Firmina dos Reis, escritora maranhense e romancista do século XIX, Lélia Gonzales, escritora e pioneira na luta por um feminismo afrolatinoamericano, protagonizado por negras e indígenas. Apesar do grande papel exercido por elas, todas tinham uma característica decisiva no apagamento de figuras históricas brasileiras: eram mulheres negras.

Diariamente, são pontuados e reforçados diversos reflexos da desigualdade étnico-racial em áreas como educação, mercado de trabalho e representatividade política. Diante desse contexto, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), por meio do Comitê de Valorização Feminina, em parceria com a Secretaria de Comunicação Social (Secoms), vai realizar, ainda em julho, uma exposição fotográfica com o objetivo de dar visibilidade às mulheres pretas e pardas da instituição.

Na exposição Presença Preta, servidoras, magistradas, estagiárias e colaboradoras negras e pardas que constituem o Poder Judiciário do RN contam, por meio da fotografia, um pouco de sua história de resistência e conquistas. Para a presidente o Comitê de Valorização Feminina do TJRN, a desembargadora Lourdes Azevedo, a iniciativa é uma importante ferramenta na inclusão de mulheres negras em diversos espaços.

“Ainda existe essa política da branquitude, onde as pessoas brancas são as mais bem sucedidas e as ditas mais bonitas. Nesse momento do ensaio, a mulher negra aflora essa beleza, que muitas vezes fica reservada. É mais que visibilidade, é dignidade”, destaca a desembargadora.

Questão coletiva e ocupação de espaços

A importância da representação feminina negra é destacada por Maria Joseane da Silva, analista judiciário com especialidade em serviço social, servidora da 

Comarca

 de João Câmara, e uma das modelos do Presença Preta.

“Eu entendo que é uma questão coletiva. É importante para nós mulheres pretas estarmos nesses espaços, reafirmarmos que é um espaço que pode ser ocupado por todas nós. Independentemente da cor da pele, podemos representar nossa negritude e contribuir para superar algumas desigualdades existentes em virtude da raça e de gênero”.

O discurso é reforçado pela também analista, com especialidade em psicologia, Joyce Hellem. Para a servidora e uma das modelos do projeto, é “incrível ocupar um espaço que tradicionalmente é percebido como voltado para as pessoas brancas”.

O projeto

O Projeto Presença Preta tem o objetivo de contar histórias de mulheres negras e pardas por meio da fotografia. A iniciativa do Comitê Feminina e da Secoms foi idealizada em alusão ao 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.

Magistradas, servidoras e colaboradoras em geral que se identificassem como negras ou pardas foram convidadas a se inscrever no ensaio fotográfico que irá gerar a exposição. O principal critério foi respeitar a autoidentificação de cada uma, resguardando suas ligações culturais e afetivas com a descendência, por isso, não houve necessidade de banca de heteroidentificação.

As fotos produzidas pelos fotógrafos Tasso Pinheiro e Rodrigo Campos, farão parte de uma exposição itinerante que percorrerá as maiores comarcas do estado, tendo sua estreia em Natal ainda no mês de julho.

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