O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta sexta-feira (13) a prisão preventiva do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, detido durante operação da Polícia Federal (PF) no mesmo dia. A decisão substitui a prisão por medidas cautelares, como a apresentação quinzenal à Justiça, proibição de contato com outros investigados e cancelamento do passaporte.
Segundo Moraes, com as diligências iniciais já cumpridas — como a apreensão dos celulares de Machado e a sua oitiva —, não há mais necessidade da prisão preventiva, classificada por ele como uma medida “extrema”, mas já eficaz “para este primeiro momento da investigação”.
A revogação da prisão acompanha parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que durante a audiência de custódia defendeu a adoção de “medidas menos gravosas”.
Apesar da soltura, o ministro do STF ressaltou que há “indícios suficientes” de que Gilson Machado teria ajudado o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, com o objetivo de escapar da Justiça. Ambos são investigados em inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, e cujo julgamento deve ocorrer nos próximos meses.
A defesa de Machado informou que o alvará de soltura já foi emitido e que os advogados foram até o presídio Cotel, em Abreu e Lima (PE), para garantir a liberação ainda nesta sexta.
O ministro Alexandre de Moraes alertou que o descumprimento de qualquer uma das medidas cautelares poderá resultar na decretação de nova prisão preventiva.
Em nota enviada à imprensa, Gilson Machado Filho, filho do ex-ministro, disse receber a decisão com alívio.
“É uma resposta àqueles que sempre acreditaram na sua honestidade.”
Já ao deixar a prisão, o próprio Gilson Machado afirmou à CNN:
“Estou à disposição da Justiça para esclarecer esse mal-entendido. Importante dizer que o mesmo juiz que mandou prender, mandou soltar. Agradeço a Deus por ter iluminado a Justiça brasileira.”
Machado foi ministro do Turismo no governo de Jair Bolsonaro e, após deixar a pasta, se manteve próximo ao ex-presidente, com quem dividia aparições públicas e eventos políticos. Ele é investigado por possível participação em articulações para impedir o cumprimento da lei após o resultado eleitoral.
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