A Justiça determinou a manutenção da prisão de um auditor fiscal aposentado de 88 anos, preso na última segunda-feira (9) sob acusação de ameaçar e agredir psicologicamente o próprio filho devido à sua orientação sexual. A decisão foi tomada após audiência de custódia que não identificou irregularidades na prisão.
O idoso, morador do bairro de Candelária, na Zona Sul de Natal, é investigado pelos crimes de discriminação, injúria qualificada, ameaça e violência psicológica. De acordo com as investigações, os conflitos começaram em 2020, quando o pai descobriu que o filho era homossexual.
Segundo relatos, as ameaças se intensificaram recentemente devido a um evento familiar marcado para esta semana no interior do estado. Testemunhas disseram que o aposentado afirmou que compareceria ao local “para matar o filho”. Durante a abordagem policial, ele confirmou que viajaria, mas não deu explicações.
A prisão foi realizada após ordem judicial da 15ª Vara Criminal de Natal, que também expediu um mandado de busca e apreensão na residência do suspeito. Um cão policial foi utilizado na operação devido à suspeita de posse ilegal de armas.
Ao ser preso, o homem fez comentários agressivos, dizendo: “O ‘cabra’ nasce homem e inventa de ser mulher, aqui em casa não bebe água”.
Histórico de violência
O inquérito aponta que o aposentado já teve outros episódios de comportamento violento. Em uma ocasião, teria ameaçado um vizinho de morte. Em outra, após ser advertido por jogar lixo em via pública, perseguiu a vítima e afirmou: “Sou velho e não tenho nada a perder”.
Agora, ele responde criminalmente pelas acusações e permanece preso. O caso reforça a discussão sobre violência familiar contra a comunidade LGBTQIA+ e a aplicação da Lei de Racismo e Homofobia (Lei nº 7.716/89), que prevê pena de até cinco anos de prisão para crimes de discriminação.
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