Embate sobre política ambiental marca sessão na Câmara de Natal neste Dia Mundial do Meio Ambiente







Embate sobre política ambiental marca sessão na Câmara de Natal neste Dia Mundial do Meio Ambiente







Durante a sessão desta quinta-feira (5), na Câmara Municipal de Natal, vereadores protagonizaram um debate acalorado sobre a política ambiental do Rio Grande do Norte e do país. As falas ocorreram justamente no Dia Mundial do Meio Ambiente e evidenciaram posições divergentes sobre o modelo de desenvolvimento e a atuação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA).

O vereador Léo Souza (Republicanos) criticou o atual modelo de licenciamento ambiental no estado e classificou o Rio Grande do Norte como um dos lugares mais difíceis do país para se obter licenças.

“Nós temos hoje a mais dura política de licenciamento ambiental de todo o país. Ontem, na Assembleia Legislativa, participei de uma audiência pública que trata do novo marco legal do meio ambiente. Eu brinquei, disse aos deputados: talvez na Amazônia seja mais fácil tirar uma licença do que no IDEMA”, ironizou Léo.

Para o vereador, o problema está na sobrecarga de atribuições do órgão ambiental:

“O superlotamento da pauta do IDEMA engessa o Rio Grande do Norte. A culpa é do governo que não enfrenta a situação e precisa redesenhar o escopo do IDEMA”, afirmou.

A vereadora Brisa Bracchi (PT) reagiu com veemência à fala de Léo Souza e afirmou que a legislação ambiental não pode ser vista como um entrave ao desenvolvimento, mas como uma ferramenta essencial para garantir a preservação e a recuperação de áreas degradadas.

“Fico constrangida e abismada que, no Dia do Meio Ambiente, haja legisladores que falem nesta tribuna que a política de preservação e de licenciamento sejam políticas de engessamento. Muito pelo contrário: qualquer atualização na legislação deve garantir a preservação e, mais do que isso, a recuperação das áreas degradadas”, defendeu Brisa.

Ela ainda criticou o modelo de desenvolvimento que, segundo ela, prioriza a degradação ambiental:

“Não dá para continuarmos achando que o único modelo de desenvolvimento que funciona é o da degradação. Esse modelo é incompatível com as cidades. Natal está aí: cada vez mais alagada”, afirmou.

Em resposta, Léo Souza reforçou que a atualização da legislação ambiental é necessária, inclusive, para melhorar os índices de sustentabilidade do estado.

“Nosso Estado está na 27ª posição, ou seja, somos o último em sustentabilidade. Precisamos atualizar a lei para preservar, mas principalmente para avançar e sair da lanterna”, completou.

O vereador Mateus Faustino (União Brasil) também entrou no debate e ampliou a discussão para o contexto nacional, criticando a política ambiental do governo federal.

“Se formos levar em consideração os índices de queimadas, o governo Lula já extrapolou. Só em 2024, já bateu o recorde das últimas três décadas. Eu não vi artista da Globo, nem ministro fazendo musiquinha de ‘Salve Amazônia’ agora, durante o governo Lula”, provocou Mateus.


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