Dados do Atlas da Violência 2023 mostram redução nos assassinatos de mulheres no RN, enquanto taxa nacional permanece estagnada
O Rio Grande do Norte registrou uma redução de 12,8% na taxa de homicídios de mulheres entre 2022 e 2023, segundo o Atlas da Violência divulgado nesta segunda-feira (12). A queda contrasta com a média nacional, onde o índice permaneceu estagnado pelo terceiro ano consecutivo em 3,5 mortes para cada 100 mil mulheres.
O Atlas da Violência é um relatório anual produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do governo federal, e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Enquanto o RN apresentou essa redução, outros estados tiveram aumentos alarmantes:
- Rio de Janeiro (+28,6%)
- Pernambuco (+26,7%)
- Distrito Federal (+22,7%)
Variação da taxa de homicídios de mulheres entre 2022 e 2023
Estado | Variação (%) |
---|---|
Acre | -25,5% |
Alagoas | -4,5% |
Amapá | -13,5% |
Amazonas | +5,4% |
Bahia | +11,3% |
Ceará | -8,8% |
Distrito Federal | +22,7% |
Espírito Santo | -4,2% |
Goiás | -15,4% |
Maranhão | +5,7% |
Mato Grosso | -8,1% |
Mato Grosso do Sul | -32,0% |
Minas Gerais | +4,0% |
Pará | -6,5% |
Paraíba | -9,8% |
Paraná | -4,9% |
Pernambuco | +26,7% |
Piauí | -4,9% |
Rio de Janeiro | +28,6% |
Rio Grande do Norte | -12,8% |
Rio Grande do Sul | -9,5% |
Rondônia | -18,1% |
Roraima | 0,0% |
Santa Catarina | +12,0% |
São Paulo | +6,7% |
Sergipe | +13,8% |
Tocantins | 0,0% |
Fonte: Atlas da Violência 2023 (Ipea/FBSP)
Apesar da queda no RN, especialistas alertam que os números absolutos ainda são preocupantes. Samira Bueno, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, destacou que “as mulheres negras seguem como vítimas preferenciais porque não conseguimos combater o racismo estrutural na violência de gênero”.
Destaques do relatório:
- Brasil registrou 3.903 feminicídios em 2023 (aumento de 2,5% ante 2022)
- Quase 1/3 ocorreu dentro das casas das vítimas
- Mulheres negras representaram 68,2% das vítimas (2.662 casos)
- Taxa para mulheres negras (4,3/100 mil) é 1,7 vezes maior que para não negras (2,5/100 mil)
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