Terceirizados da Clarear Serviços passam dificuldades devido a atrasos salariais

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Ícone de crédito Foto: Reprodução

“Eu passei até fome durante as férias porque a empresa não pagou o salário em dia, e as férias só pagaram muito depois de eu já ter voltado a trabalhar.”

O desabafo é de um trabalhador terceirizado da Clarear Serviços, empresa contratada pelo Governo do Estado para prestar serviços em secretarias como a de Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAN). Ele não está sozinho. Outros colegas vivem dramas parecidos: falta de comida na mesa, contas acumuladas, dívidas, e o sentimento crescente de abandono.

Não é a primeira vez que a Clarear se envolve em denúncias de atrasos salariais. A empresa é conhecida no setor de terceirização por repetir esse tipo de prática, mas, desta vez, a situação parece ter atingido um novo patamar de gravidade.

A nossa equipe de reportagem teve acesso exclusivo a mensagens em um grupo de WhatsApp formado por funcionários que prestam serviços à SEPLAN (Veja as imagens no fim da matéria). Nos relatos, fica evidente não apenas o descaso da empresa, mas também a omissão do poder público, que, segundo os trabalhadores, pouco ou nada faz para garantir os direitos básicos da categoria. Um dos colaboradores afirma: “trabalhamos em uma secretária de planejamento e deixam essas coisas acontecer sem fazer nada, para eles está muito bom os comissionados e concursados tudo recebendo em dia e a gente aqui trabalhador tá tendo que passar por isso”.

“Teve mês que o pagamento deveria sair no dia 6, mas só pagaram no dia 19. Já outro mês, o pagamento veio depois do dia 20. É uma verdadeira loteria”, desabafa um funcionário. A incerteza sobre quando (ou se) vão receber tem gerado um clima de insegurança constante.

Outro relato comove: “A família do meu esposo é quem está ajudando a gente. Temos filhos para alimentar, contas a pagar… e a empresa faz isso com a gente. O pior é que ninguém faz nada nos sentimos abandonados, cadê o ministério trabalho?”.

Além dos salários atrasados, os benefícios garantidos por lei também estão sendo negligenciados. O plano de saúde, por exemplo, foi suspenso por falta de pagamento. “Semana passada eu estava passando mal, fui ao médico e, chegando lá, descobri que o plano não estava funcionando. A empresa não pagou”, conta um trabalhador.

O vale-transporte também virou um desafio. Há quem esteja tirando do próprio bolso para conseguir trabalhar, enquanto outros simplesmente não conseguem mais sair de casa. “Tem gente vindo com o pouco que tem. Tem gente ficando em casa porque não tem de onde tirar”, afirma um dos colaboradores.

Dentro do próprio grupo, uma fiscal de contrato da SEPLAN revelou que tenta, sem sucesso, intermediar a situação. “Já pedi para sair do contrato, pois a empresa não me atende, não dá retorno, não se comunica. Apenas quando é do interesse dela. Dessa forma, eu e ninguém somos a mesma pessoa”, escreveu, indignada.

Até à data de veiculação desta reportagem segunda feira (12) o pagamento do mês de abril ainda não tinha sido efetuado.

O que diz a Secretaria

De acordo com fontes ligadas à própria SEPLAN, a fatura referente ao pagamento da empresa do mês de fevereiro foi paga apenas no dia 6 de maio. Já as faturas de março e abril sequer foram apresentadas pela empresa, o que impossibilita qualquer repasse por parte do Governo. Em outras palavras: “não há atraso se não há fatura”, é o que garante a servidora, ela ainda afirma que mesmo que os repasses estivessem sendo feitos com atraso, o contrato com a Clarear prevê que a Secretaria pode demorar até três meses para efetuar o pagamento — o que levanta ainda mais dúvidas sobre a responsabilidade da empresa em manter os salários em dia.

Veja as imagens abaixo:




Terceirizados da Clarear Serviços passam dificuldades devido a atrasos salariais


Ícone de crédito Foto: Reprodução

“Eu passei até fome durante as férias porque a empresa não pagou o salário em dia, e as férias só pagaram muito depois de eu já ter voltado a trabalhar.”

O desabafo é de um trabalhador terceirizado da Clarear Serviços, empresa contratada pelo Governo do Estado para prestar serviços em secretarias como a de Planejamento, Orçamento e Gestão (SEPLAN). Ele não está sozinho. Outros colegas vivem dramas parecidos: falta de comida na mesa, contas acumuladas, dívidas, e o sentimento crescente de abandono.

Não é a primeira vez que a Clarear se envolve em denúncias de atrasos salariais. A empresa é conhecida no setor de terceirização por repetir esse tipo de prática, mas, desta vez, a situação parece ter atingido um novo patamar de gravidade.

A nossa equipe de reportagem teve acesso exclusivo a mensagens em um grupo de WhatsApp formado por funcionários que prestam serviços à SEPLAN (Veja as imagens no fim da matéria). Nos relatos, fica evidente não apenas o descaso da empresa, mas também a omissão do poder público, que, segundo os trabalhadores, pouco ou nada faz para garantir os direitos básicos da categoria. Um dos colaboradores afirma: “trabalhamos em uma secretária de planejamento e deixam essas coisas acontecer sem fazer nada, para eles está muito bom os comissionados e concursados tudo recebendo em dia e a gente aqui trabalhador tá tendo que passar por isso”.

“Teve mês que o pagamento deveria sair no dia 6, mas só pagaram no dia 19. Já outro mês, o pagamento veio depois do dia 20. É uma verdadeira loteria”, desabafa um funcionário. A incerteza sobre quando (ou se) vão receber tem gerado um clima de insegurança constante.

Outro relato comove: “A família do meu esposo é quem está ajudando a gente. Temos filhos para alimentar, contas a pagar… e a empresa faz isso com a gente. O pior é que ninguém faz nada nos sentimos abandonados, cadê o ministério trabalho?”.

Além dos salários atrasados, os benefícios garantidos por lei também estão sendo negligenciados. O plano de saúde, por exemplo, foi suspenso por falta de pagamento. “Semana passada eu estava passando mal, fui ao médico e, chegando lá, descobri que o plano não estava funcionando. A empresa não pagou”, conta um trabalhador.

O vale-transporte também virou um desafio. Há quem esteja tirando do próprio bolso para conseguir trabalhar, enquanto outros simplesmente não conseguem mais sair de casa. “Tem gente vindo com o pouco que tem. Tem gente ficando em casa porque não tem de onde tirar”, afirma um dos colaboradores.

Dentro do próprio grupo, uma fiscal de contrato da SEPLAN revelou que tenta, sem sucesso, intermediar a situação. “Já pedi para sair do contrato, pois a empresa não me atende, não dá retorno, não se comunica. Apenas quando é do interesse dela. Dessa forma, eu e ninguém somos a mesma pessoa”, escreveu, indignada.

Até à data de veiculação desta reportagem segunda feira (12) o pagamento do mês de abril ainda não tinha sido efetuado.

O que diz a Secretaria

De acordo com fontes ligadas à própria SEPLAN, a fatura referente ao pagamento da empresa do mês de fevereiro foi paga apenas no dia 6 de maio. Já as faturas de março e abril sequer foram apresentadas pela empresa, o que impossibilita qualquer repasse por parte do Governo. Em outras palavras: “não há atraso se não há fatura”, é o que garante a servidora, ela ainda afirma que mesmo que os repasses estivessem sendo feitos com atraso, o contrato com a Clarear prevê que a Secretaria pode demorar até três meses para efetuar o pagamento — o que levanta ainda mais dúvidas sobre a responsabilidade da empresa em manter os salários em dia.

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