E por falar em saudade… gratidão por você!

Olá, queridos! Como vão? . Passei um bom tempo tentando decidir sobre o que iria escrever para a coluna de hoje. Eu já disse a vocês antes que tudo que falo aqui é baseado no que aprendi, no que estudei por conta própria, no que vivi e no que observo ao meu redor. . Falar…


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Razo


Olá, queridos! Como vão?

.

Passei um bom tempo tentando decidir sobre o que iria escrever para a coluna de hoje. Eu já disse a vocês antes que tudo que falo aqui é baseado no que aprendi, no que estudei por conta própria, no que vivi e no que observo ao meu redor.

.

Falar sobre autoconhecimento é algo extremamente prazeroso para mim. É um assunto ao qual posso me dedicar por horas a fio. Mas, como é natural entre todos os seres humanos, até mesmo as coisas que mais nos interessam parecem querer dar um tempo de nós, de vez em quando.

.

Revisitei anotações, busquei inspirações, fui atrás de notícias, das quais eu talvez pudesse desenvolver algum assunto, e nada. Nenhum assunto específico me pareceu interessante o bastante para esse texto de hoje.

.

Toda pessoa criativa tem sua musa inspiradora. A musa é uma entidade, por assim dizer, é uma parte que compõe nosso todo e que existe com o único intuito de ser inspiradora, claro, e coautora de todas as nossas criações.

.

Acredito que a minha musa tirou férias esses dias. Sempre que sinto essa dificuldade de acessar minha criatividade, como no processo de escolha do tema desse texto, imagino minha musa cantando Pablo e avisando que a mala já está lá fora.

.

Pode parecer drama, admito. Mas a sensação que tenho quando minha criatividade some é de que ela nunca mais vai voltar. A sensação é de abandono quase. Bom, ao menos comigo é assim. E quando, dessa vez, a vi com as malas lá fora, imediatamente entendi sobre o que deveria escrever. Acho que o drama dessa vez quem fez foi ela, uma eficaz terapia de choque.

.

Essa sensação de abandono me fez lembrar de como venho me sentindo nos últimos tempos. Por isso, o texto de hoje vai ser mais um relato do que uma conversa. Mas, acredito que será válido, ainda assim, já que muita gente pode se identificar e olhar para isso dentro de si.

.

Eu sou uma pessoa que tem muita dificuldade de aceitar perder. Não perder em competições, disputas, jogos. Nada disso. Posso até ser competitiva, mas garanto que nunca machuquei ninguém por conta disso. Essa dificuldade de aceitar perder tem mais a ver com um certo apego emocional a coisas e pessoas e como as coisas mudam nesse processo.

.

Eu sei, parece hipócrita da minha parte falar tanto em mudança interior, aceitação, autoconhecimento como caminho de melhoria de nós mesmos e agora dizer o quanto me doem perdas que implicam em mudanças. Mas eu nunca disse que sou especialista no tema, apesar de gostar muito. Talvez por isso eu goste tanto, por identificar a grande necessidade de mudança que sinto em mim mesma.

.

Enfim, sobre aceitar perder. Eu fui a criança que ficava dias indignada consigo mesma por ter perdido uma borracha. Fui a adolescente que até hoje não se perdoa por ter perdido um rolo de filme de 24 poses que nunca teve a chance de revelar. (Para os mais novos, favor perguntar ao google. Obrigada!). Sou alguém que perdeu umas 4 ou 5 poesias que escrevi, certa vez, e chorei de soluçar por vários minutos até conseguir me acalmar.

.

Eu tenho muita dificuldade de aceitar perder coisas, mas coisas que têm um significado por trás do seu valor material. É como se eu tivesse perdendo um pedacinho de mim. Eu transfiro parte de mim para as coisas que gosto e vejo uma certa humanidade naquilo. Aqui pensando, talvez tenha aí algo do mito de Narciso, vou levar isso para a terapia, acho prudente.

.

Mas o quanto isso me dói não chega nem perto da dor que sinto em perder pessoas. Perdê-las em vida, eu digo. Pessoas conhecem pessoas e pessoas se afastam de pessoas. Isso é a uma das coisas mais naturais do mundo. Mas, algumas (muitas) pessoas eu tenho grande dificuldade de aceitar perder.

.

As pessoas que mantemos perto de nós, não só geograficamente, mas sentimentalmente, são pessoas com quem nos identificamos, com quem partilhamos partes de nós, com quem dividimos interesses e gostos. Pessoas que escolhemos e permitimos permanecer em nossas vidas.

.

Amizades, colegas, conhecidos. Todos se aproximam à medida que deixamos e vamos concedendo essa permissão quando sentimos afinidade para tal. E essa afinidade vai sintonizando igualzinho às estações de rádio, na mesma frequência.

.

Acontece que quando estamos num caminho de mudança interna, quando passamos por certas experiências, quando vivemos simplesmente, nós mudamos. E nossa frequência de vibração muda conosco. Com isso, há uma grande chance de que aquelas pessoas que antes sintonizavam com a gente, agora não sintonizem mais.

.

Nós mudamos, as pessoas mudam. Isso o tempo todo, a vida toda. E nesse processo é natural que pessoas se afastem umas das outras. E assim vamos perdendo pessoas, em vida, ao longo da nossa caminhada. Eu sei que isso é muito normal, muito comum, mas é algo que até hoje tenho muita dificuldade de lidar.

.

Nos últimos anos tenho percebido um movimento grande de afastamento. Muitas pessoas se afastaram. De outras muitas eu me afastei. Sempre há quem suma por um tempo e depois volte, o que é muito comum também. Mas outras, infelizmente, tenho sentido que o afastamento é gradativo e inevitável. Não por desentendimentos, não por não gostar, simplesmente porque a vida afasta mesmo.

.

E isso é algo muito difícil, para mim, aceitar. Não me entendam mal, quando digo que é difícil de aceitar não quero dizer que me ponho a perseguir alguém. De jeito nenhum! Acontece é que eu não insisto em manter uma amizade, em manter um contato que parece não querer o mesmo. Jamais vou cobrar afeto. Eu só quero aquilo que vem de graça. Primeiro porque não acredito ser real um afeto que precisei pedir, e segundo porque não acho justo cobrar de alguém algo que essa pessoa não tinha espontaneamente em si para dar.

.

Respeito muito o espaço alheio e jamais faria alguém se sentir desconfortável dessa forma. Eu procuro, até certo ponto, mas quando percebo que não haverá retorno eu respeito o espaço da pessoa e me afasto. Mas isso não quer dizer que não vá doer.

.

Conversava com um amigo, esses dias, justamente sobre isso. Sobre como estava me fazendo mal essa maré de perder pessoas. E ele tentou me fazer ver as coisas por outra perspectiva, me mostrando que, às vezes, aquela pessoa está com tanta coisa na própria vida que não consegue dar conta de mais ninguém, que aquele afastamento não é necessariamente definitivo.

.

Pode ser, e tem alguns casos que são assim, sim. Mas a gente sente quando algo mudou. A gente consegue perceber quando conversamos com o mesmo carinho e afeto com aquela amizade com a qual demoramos meses para conseguir falar, mas quando fala, parece que foi ontem, ou quando parece que tem um desconforto na conversa e você não sabe bem explicar o motivo.

.

A gente sente quando o carinho muda, quando o interesse muda, quando as interações mudam. E, sem querer ser clichê, está tudo bem. Algo que acho interessante sentir, dentro de mim, é que tenho dois sentimentos diferentes e que coabitam com a mesma intensidade: saudade e gratidão.

.

Sinto falta, sim, de algumas pessoas que se afastaram dessa forma. E sinto também uma enorme gratidão por tudo que pudemos partilhar enquanto tivemos esse contato mais próximo. Eu ainda tenho essa dificuldade em aceitar perder e sei que vai ser uma batalha longa dentro de mim até que me sinta mais leve em relação a isso.

.

Mas sei que é necessário esse aprendizado. Afinal, eu sou alguém apaixonada por pessoas. Amo estar com pessoas. Apesar de valorizar muito meus momentos sozinha, considero que estar com pessoas é uma riqueza inestimável. E justamente por gostar tanto, sei que preciso aprender a deixar ir.

.

Estou certa de que a passagem de cada pessoa nas nossas vidas tem um propósito certo, e se aquele propósito se cumpriu, bom, precisamos desapegar e nos permitir receber os próximos. E deixar a pessoa ir, mesmo que o apego continue apenas internamente, é um ato de amor a ela e a nós mesmos também.

.

Então, sigo por aqui trabalhando para diminuir a dor dessas perdas e tentar substituí-las pela gratidão de poder ter tido essas pessoas, em algum momento, em minha vida. Não é fácil, mas já aprendi que é no final dos caminhos mais difíceis que eu comemoro as conquistas mais saborosas. Espero que, para os que padecem do mesmo mal, consigam se deliciar do mesmo sabor também.

.

Até a próxima!





E por falar em saudade… gratidão por você!

Olá, queridos! Como vão?

.

Passei um bom tempo tentando decidir sobre o que iria escrever para a coluna de hoje. Eu já disse a vocês antes que tudo que falo aqui é baseado no que aprendi, no que estudei por conta própria, no que vivi e no que observo ao meu redor.

.

Falar sobre autoconhecimento é algo extremamente prazeroso para mim. É um assunto ao qual posso me dedicar por horas a fio. Mas, como é natural entre todos os seres humanos, até mesmo as coisas que mais nos interessam parecem querer dar um tempo de nós, de vez em quando.

.

Revisitei anotações, busquei inspirações, fui atrás de notícias, das quais eu talvez pudesse desenvolver algum assunto, e nada. Nenhum assunto específico me pareceu interessante o bastante para esse texto de hoje.

.

Toda pessoa criativa tem sua musa inspiradora. A musa é uma entidade, por assim dizer, é uma parte que compõe nosso todo e que existe com o único intuito de ser inspiradora, claro, e coautora de todas as nossas criações.

.

Acredito que a minha musa tirou férias esses dias. Sempre que sinto essa dificuldade de acessar minha criatividade, como no processo de escolha do tema desse texto, imagino minha musa cantando Pablo e avisando que a mala já está lá fora.

.

Pode parecer drama, admito. Mas a sensação que tenho quando minha criatividade some é de que ela nunca mais vai voltar. A sensação é de abandono quase. Bom, ao menos comigo é assim. E quando, dessa vez, a vi com as malas lá fora, imediatamente entendi sobre o que deveria escrever. Acho que o drama dessa vez quem fez foi ela, uma eficaz terapia de choque.

.

Essa sensação de abandono me fez lembrar de como venho me sentindo nos últimos tempos. Por isso, o texto de hoje vai ser mais um relato do que uma conversa. Mas, acredito que será válido, ainda assim, já que muita gente pode se identificar e olhar para isso dentro de si.

.

Eu sou uma pessoa que tem muita dificuldade de aceitar perder. Não perder em competições, disputas, jogos. Nada disso. Posso até ser competitiva, mas garanto que nunca machuquei ninguém por conta disso. Essa dificuldade de aceitar perder tem mais a ver com um certo apego emocional a coisas e pessoas e como as coisas mudam nesse processo.

.

Eu sei, parece hipócrita da minha parte falar tanto em mudança interior, aceitação, autoconhecimento como caminho de melhoria de nós mesmos e agora dizer o quanto me doem perdas que implicam em mudanças. Mas eu nunca disse que sou especialista no tema, apesar de gostar muito. Talvez por isso eu goste tanto, por identificar a grande necessidade de mudança que sinto em mim mesma.

.

Enfim, sobre aceitar perder. Eu fui a criança que ficava dias indignada consigo mesma por ter perdido uma borracha. Fui a adolescente que até hoje não se perdoa por ter perdido um rolo de filme de 24 poses que nunca teve a chance de revelar. (Para os mais novos, favor perguntar ao google. Obrigada!). Sou alguém que perdeu umas 4 ou 5 poesias que escrevi, certa vez, e chorei de soluçar por vários minutos até conseguir me acalmar.

.

Eu tenho muita dificuldade de aceitar perder coisas, mas coisas que têm um significado por trás do seu valor material. É como se eu tivesse perdendo um pedacinho de mim. Eu transfiro parte de mim para as coisas que gosto e vejo uma certa humanidade naquilo. Aqui pensando, talvez tenha aí algo do mito de Narciso, vou levar isso para a terapia, acho prudente.

.

Mas o quanto isso me dói não chega nem perto da dor que sinto em perder pessoas. Perdê-las em vida, eu digo. Pessoas conhecem pessoas e pessoas se afastam de pessoas. Isso é a uma das coisas mais naturais do mundo. Mas, algumas (muitas) pessoas eu tenho grande dificuldade de aceitar perder.

.

As pessoas que mantemos perto de nós, não só geograficamente, mas sentimentalmente, são pessoas com quem nos identificamos, com quem partilhamos partes de nós, com quem dividimos interesses e gostos. Pessoas que escolhemos e permitimos permanecer em nossas vidas.

.

Amizades, colegas, conhecidos. Todos se aproximam à medida que deixamos e vamos concedendo essa permissão quando sentimos afinidade para tal. E essa afinidade vai sintonizando igualzinho às estações de rádio, na mesma frequência.

.

Acontece que quando estamos num caminho de mudança interna, quando passamos por certas experiências, quando vivemos simplesmente, nós mudamos. E nossa frequência de vibração muda conosco. Com isso, há uma grande chance de que aquelas pessoas que antes sintonizavam com a gente, agora não sintonizem mais.

.

Nós mudamos, as pessoas mudam. Isso o tempo todo, a vida toda. E nesse processo é natural que pessoas se afastem umas das outras. E assim vamos perdendo pessoas, em vida, ao longo da nossa caminhada. Eu sei que isso é muito normal, muito comum, mas é algo que até hoje tenho muita dificuldade de lidar.

.

Nos últimos anos tenho percebido um movimento grande de afastamento. Muitas pessoas se afastaram. De outras muitas eu me afastei. Sempre há quem suma por um tempo e depois volte, o que é muito comum também. Mas outras, infelizmente, tenho sentido que o afastamento é gradativo e inevitável. Não por desentendimentos, não por não gostar, simplesmente porque a vida afasta mesmo.

.

E isso é algo muito difícil, para mim, aceitar. Não me entendam mal, quando digo que é difícil de aceitar não quero dizer que me ponho a perseguir alguém. De jeito nenhum! Acontece é que eu não insisto em manter uma amizade, em manter um contato que parece não querer o mesmo. Jamais vou cobrar afeto. Eu só quero aquilo que vem de graça. Primeiro porque não acredito ser real um afeto que precisei pedir, e segundo porque não acho justo cobrar de alguém algo que essa pessoa não tinha espontaneamente em si para dar.

.

Respeito muito o espaço alheio e jamais faria alguém se sentir desconfortável dessa forma. Eu procuro, até certo ponto, mas quando percebo que não haverá retorno eu respeito o espaço da pessoa e me afasto. Mas isso não quer dizer que não vá doer.

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Conversava com um amigo, esses dias, justamente sobre isso. Sobre como estava me fazendo mal essa maré de perder pessoas. E ele tentou me fazer ver as coisas por outra perspectiva, me mostrando que, às vezes, aquela pessoa está com tanta coisa na própria vida que não consegue dar conta de mais ninguém, que aquele afastamento não é necessariamente definitivo.

.

Pode ser, e tem alguns casos que são assim, sim. Mas a gente sente quando algo mudou. A gente consegue perceber quando conversamos com o mesmo carinho e afeto com aquela amizade com a qual demoramos meses para conseguir falar, mas quando fala, parece que foi ontem, ou quando parece que tem um desconforto na conversa e você não sabe bem explicar o motivo.

.

A gente sente quando o carinho muda, quando o interesse muda, quando as interações mudam. E, sem querer ser clichê, está tudo bem. Algo que acho interessante sentir, dentro de mim, é que tenho dois sentimentos diferentes e que coabitam com a mesma intensidade: saudade e gratidão.

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Sinto falta, sim, de algumas pessoas que se afastaram dessa forma. E sinto também uma enorme gratidão por tudo que pudemos partilhar enquanto tivemos esse contato mais próximo. Eu ainda tenho essa dificuldade em aceitar perder e sei que vai ser uma batalha longa dentro de mim até que me sinta mais leve em relação a isso.

.

Mas sei que é necessário esse aprendizado. Afinal, eu sou alguém apaixonada por pessoas. Amo estar com pessoas. Apesar de valorizar muito meus momentos sozinha, considero que estar com pessoas é uma riqueza inestimável. E justamente por gostar tanto, sei que preciso aprender a deixar ir.

.

Estou certa de que a passagem de cada pessoa nas nossas vidas tem um propósito certo, e se aquele propósito se cumpriu, bom, precisamos desapegar e nos permitir receber os próximos. E deixar a pessoa ir, mesmo que o apego continue apenas internamente, é um ato de amor a ela e a nós mesmos também.

.

Então, sigo por aqui trabalhando para diminuir a dor dessas perdas e tentar substituí-las pela gratidão de poder ter tido essas pessoas, em algum momento, em minha vida. Não é fácil, mas já aprendi que é no final dos caminhos mais difíceis que eu comemoro as conquistas mais saborosas. Espero que, para os que padecem do mesmo mal, consigam se deliciar do mesmo sabor também.

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Até a próxima!



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