Carlos Eduardo (PSD) teve o melhor desempenho entre os quatro candidatos presentes ao debate de ontem à noite, na Inter TV Cabugi. Seguro e bem informado, ele se valeu da experiência de ter sido quatro vezes prefeito da capital e desmontou com facilidade as narrativas que os marqueteiros das campanhas adversárias armaram para colocá-lo em situações difíceis que pudessem ser exploradas em cortes para as redes sociais.
Prova disso foi o momento mais controverso da atuação de Carlos no debate, a tensão entre ele e Paulinho Freire, que está sendo divulgada como uma confusão do porte das arengas de Marçal e Datena. O exagero na exploração deste fato isolado e até insignificante mostra que Carlos não caiu nas ciladas.
Paulinho Freire tem sido punido em todos os debates por um marketing anacrônico, apegado a soluções mágicas e a um discurso que só reverbera nos cafés de Petrópolis. Suando às bicas e muito nervoso, ele sentiu – já no primeiro bloco – que a estratégia traçada para o confronto contra Carlos falhou. Levou várias invertidas e quase tudo o que disse sobre o adversário acabou recaindo sobre o próprio Paulinho.
Natália, que teve o melhor pessoal em todos os demais debates, também mostrou certo nervosismo nesta oportunidade. Ainda que tenha mantido a qualidade e a comunicação direta que marcam seu marketing de campanha, não esteve no mesmo nível de suas aparições anteriores. Muito disso se deve, creio, ao surpreendente desempenho de Carlos no debate, que frustrou a expectativa geral de que ele cometeria erros fatais a serem explorados na reta final.
Já Rafael Motta, embora ainda em crise de identidade e afetado por maneirismos, teve sua melhor participação em um debate (e mesmo entre as entrevistas que concedeu) neste ano. Encerra sua discreta participação na eleição com dignidade.
Na verdade, quem venceu esse debate foi Rafael Motta. Rafael Motta, apresentou propostas e não agrediu ninguém.