Olá, leitores! Como estão? Espero que todos estejam bem.
Passei o dia me questionando sobre qual assunto abordar na coluna de hoje. Foi então que lembrei de uma conversa que tive com uma paciente esta semana. Ela chegou muito nervosa ao atendimento porque o Uber que havia pedido cancelou sua corrida duas vezes, fazendo-a atrasar. Tentei acalmá-la, mas foram longos 50 minutos de desabafo sobre os últimos acontecimentos de sua vida. Ao final, ela respirou fundo, olhou para mim e sorriu, dizendo: “Hoje eu trabalhei mais a cabeça do que o corpo. Obrigada por me ouvir.”
Como profissional da saúde, ouvir as queixas dos pacientes é algo que aprendemos desde a faculdade, especialmente em psicologia aplicada à fisioterapia. Contudo, é no dia a dia que nos tornamos mais empáticos com o sofrimento daqueles que nos procuram, e percebemos o grande número de pessoas emocionalmente doentes. Já perdi a conta de quantas vezes recebi pessoas fisicamente saudáveis, sem alterações, mas queixando-se de dor crônica sem diagnóstico, e sem sucesso nos tratamentos. Muitas chegavam em desespero, mas após alguns minutos de conversa, entendíamos que havia um sofrimento emocional que desencadeava a dor física. Isso é o que chamamos de dor psicossomática. Embora a dor seja real e sentida no corpo, suas origens podem estar ligadas ao estresse, à ansiedade, à depressão ou a traumas emocionais.
Identificar a dor psicossomática envolve observar a relação entre sintomas físicos e fatores emocionais. Os sinais incluem dor que não responde a tratamentos médicos convencionais, piora em situações de estresse e sintomas que surgem após eventos emocionais significativos.
O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir psicoterapia, técnicas de relaxamento, exercício físico e, em alguns casos, medicação. Reconhecer a dor psicossomática é importante, pois pode ajudar na busca por alívio e na compreensão do impacto das emoções na saúde física, além de desenvolver estratégias para lidar melhor com essa dor.
Se você suspeita que pode ter uma dor psicossomática, não hesite em buscar ajuda profissional de um médico psiquiatra ou psicólogo. Ambos são capacitados para ajudar nesse caso. E se tiver dúvidas, pode me procurar também; pelo menos um bom café e um ouvido você terá por aqui.