Dia da visibilidade lésbica: a luta contra a invisibilidade e o preconceito



Júlia Almeida: “É fundamental que cada vez mais a lutar por essa visibilidade. Apesar dos avanços, ainda somos invisibilizadas". Foto: cedida. Júlia Almeida: “É fundamental que cada vez mais a lutar por essa visibilidade. Apesar dos avanços, ainda somos invisibilizadas". Foto: cedida.




O preconceito que cerca a orientação sexual bate de frente com a busca incessante pelos direitos da pessoa humana, que tem voz nos personagens desta reportagem

Por Rosinaldo Lobo

A descoberta em gostar do mesmo sexo traz consigo uma serie de preconceitos, o mundo que desde os primordios dita que as relações amorosas só podem existir entre os sexos opostos, enraiza a ideia de que o sentir diferente é errado e começa assim a luta por sua própria aceitação.

Júlia Almeida, Coordenadora Nacional do Coletivo Revolucionário Socialista LGBTQIAPN+ (CORES), compartilha sua trajetória pessoal de busca por auto aceitação e compreensão. 

“Foi um processo cheio de negação, me recriminei muito, porque venho de uma família de tradição cristã católica e isso me deixava extremamente desconfortável. Aos poucos, fui entendendo o que queria e gostava e, por incrível que pareça, tive mais acolhimento no grupo de jovens do qual pertencia, do que dentro de casa”, relata Júlia.

Além dos conflitos internos e externos em sua jornada de auto aceitação, Júlia teve dificuldades em encontrar um espaço onde não fosse discriminada por sua orientação sexual, até mesmo dentro da comunidade LGBTQIAPN+.

“Acredito que exista preconceito entre as próprias pessoas da comunidade, é como se existisse uma competição para ver quem tem a maior visibilidade e isso muitas vezes distancia mais do que aproxima outras pessoas a seguir e engajarem na luta LGBTQIAPN+.”

Assim como Júlia, muitas outras mulheres passaram por essa difícil trajetória: o medo de andar nas ruas, o preconceito dentro e fora de casa, o debate consigo mesmo sobre seus sentimentos e desejos.

Diante de tanto preconceito, a luta por reconhecimento e respeito se intensificaram, mesmo com as dificuldades, o desejo de poder andar sem ser ofendida ou discriminada, sempre foram maiores. 

Dia da visibilidade lésbica

O Dia da Visibilidade Lésbica surgiu como uma resposta à necessidade de dar voz às mulheres lésbicas, que corriqueiramente enfrentam duplas camadas de invisibilidade: uma pelo fato de serem mulheres e outra por sua orientação sexual. 

A data foi definida no 1° Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), o evento foi um marco na organização e articulação do movimento lésbico no Brasil, onde definiu o dia  29 de agosto como o dia que promove a conscientização e a luta, do movimento social e político que busca reconhecer, afirmar e dar espaço à identidade, experiências e direitos das mulheres lésbicas.

Apesar do marco, visto como uma conquista, a luta pelo respeito está longe de acabar e a luta continua.

“É fundamental que a luta por essa visibilidade continue a cada dia. Apesar dos avanços, ainda somos invisibilizadas. Cada vez mais se faz necessário que nossa voz seja ouvida, nossas lutas reconhecidas e respeitadas”, conclui Júlia Almeida.


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Ela é incrível! Orgulho da sua Coragem de luta para ser quem é! Respeito e admiro!!!











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Júlia Almeida: “É fundamental que cada vez mais a lutar por essa visibilidade. Apesar dos avanços, ainda somos invisibilizadas". Foto: cedida. Júlia Almeida: “É fundamental que cada vez mais a lutar por essa visibilidade. Apesar dos avanços, ainda somos invisibilizadas". Foto: cedida.

O preconceito que cerca a orientação sexual bate de frente com a busca incessante pelos direitos da pessoa humana, que tem voz nos personagens desta reportagem

Por Rosinaldo Lobo

A descoberta em gostar do mesmo sexo traz consigo uma serie de preconceitos, o mundo que desde os primordios dita que as relações amorosas só podem existir entre os sexos opostos, enraiza a ideia de que o sentir diferente é errado e começa assim a luta por sua própria aceitação.

Júlia Almeida, Coordenadora Nacional do Coletivo Revolucionário Socialista LGBTQIAPN+ (CORES), compartilha sua trajetória pessoal de busca por auto aceitação e compreensão. 

“Foi um processo cheio de negação, me recriminei muito, porque venho de uma família de tradição cristã católica e isso me deixava extremamente desconfortável. Aos poucos, fui entendendo o que queria e gostava e, por incrível que pareça, tive mais acolhimento no grupo de jovens do qual pertencia, do que dentro de casa”, relata Júlia.

Além dos conflitos internos e externos em sua jornada de auto aceitação, Júlia teve dificuldades em encontrar um espaço onde não fosse discriminada por sua orientação sexual, até mesmo dentro da comunidade LGBTQIAPN+.

“Acredito que exista preconceito entre as próprias pessoas da comunidade, é como se existisse uma competição para ver quem tem a maior visibilidade e isso muitas vezes distancia mais do que aproxima outras pessoas a seguir e engajarem na luta LGBTQIAPN+.”

Assim como Júlia, muitas outras mulheres passaram por essa difícil trajetória: o medo de andar nas ruas, o preconceito dentro e fora de casa, o debate consigo mesmo sobre seus sentimentos e desejos.

Diante de tanto preconceito, a luta por reconhecimento e respeito se intensificaram, mesmo com as dificuldades, o desejo de poder andar sem ser ofendida ou discriminada, sempre foram maiores. 

Dia da visibilidade lésbica

O Dia da Visibilidade Lésbica surgiu como uma resposta à necessidade de dar voz às mulheres lésbicas, que corriqueiramente enfrentam duplas camadas de invisibilidade: uma pelo fato de serem mulheres e outra por sua orientação sexual. 

A data foi definida no 1° Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), o evento foi um marco na organização e articulação do movimento lésbico no Brasil, onde definiu o dia  29 de agosto como o dia que promove a conscientização e a luta, do movimento social e político que busca reconhecer, afirmar e dar espaço à identidade, experiências e direitos das mulheres lésbicas.

Apesar do marco, visto como uma conquista, a luta pelo respeito está longe de acabar e a luta continua.

“É fundamental que a luta por essa visibilidade continue a cada dia. Apesar dos avanços, ainda somos invisibilizadas. Cada vez mais se faz necessário que nossa voz seja ouvida, nossas lutas reconhecidas e respeitadas”, conclui Júlia Almeida.




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