Pacientes com diabetes em Natal ficam sem acesso a insulina na rede pública



Foto: Reprodução Foto: Reprodução




Desde o início de agosto, pacientes em Natal que sofrem de diabetes mellitus tipo 2 estão enfrentando dificuldades para acessar as insulinas análogas de ação prolongada na rede pública de saúde. Com a mudança nos protocolos seguidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal), muitos estão sendo obrigados a arcar com os custos desses medicamentos ou substituí-los por alternativas menos eficazes, como metformina, glimbenclamida, gliclazida, dapagliflozina, insulina NPH e insulina regular.

A alteração segue os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde, que não inclui o uso de insulinas análogas no tratamento do diabetes tipo 2. Esse novo direcionamento começou a ser implementado neste mês, deixando muitos pacientes sem opções na rede pública. Aqueles que podem, como a aposentada Francisca Silva, de 77 anos, optaram por comprar as insulinas por conta própria, mesmo com os altos custos. “Eu posso pagar, mas tem muita gente que não consegue. E mesmo assim, é algo que pesa no orçamento”, relatou Francisca.

A situação é ainda mais complicada para aqueles que dependem exclusivamente do SUS. Josafá Pereira, de 60 anos, que tem diabetes tipo 2, não consegue obter insulina na rede pública há três meses. Sua esposa, Escilda, compartilhou a dificuldade de arcar com os custos do tratamento, que chega a R$ 1.000 para as insulinas de melhor qualidade.

Essa realidade é resultado de um acordo intermediado pelo Ministério Público, onde o Estado e o Município de Natal optaram por seguir os protocolos do Ministério da Saúde, que não contemplam o uso de insulinas análogas para diabetes tipo 2. Dessa forma, a oferta de insulinas regulares e NPH passou a ser responsabilidade do município, enquanto as insulinas análogas, agora sob responsabilidade do Estado, não estão disponíveis na Unicat, unidade responsável pela distribuição.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologista (SBEM/RN), por meio de seu presidente, Pedro Henrique Dantas, criticou a mudança. Ele ressaltou que as insulinas análogas são mais modernas e garantem uma melhor eficácia no tratamento do diabetes tipo 2, reduzindo riscos de complicações graves como infarto, AVC e perda da função dos rins.

No entanto, além da mudança, a insulina análoga de ação prolongada está em falta na Unicat. A Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap) aguarda a finalização do processo licitatório por parte do Ministério da Saúde para normalizar a distribuição. Enquanto isso, os pacientes continuam sem acesso adequado ao tratamento, enfrentando incertezas e dificuldades financeiras para manter o controle da doença.


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A alteração segue os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde, que não inclui o uso de insulinas análogas no tratamento do diabetes tipo 2. Esse novo direcionamento começou a ser implementado neste mês, deixando muitos pacientes sem opções na rede pública. Aqueles que podem, como a aposentada Francisca Silva, de 77 anos, optaram por comprar as insulinas por conta própria, mesmo com os altos custos. “Eu posso pagar, mas tem muita gente que não consegue. E mesmo assim, é algo que pesa no orçamento”, relatou Francisca.

A situação é ainda mais complicada para aqueles que dependem exclusivamente do SUS. Josafá Pereira, de 60 anos, que tem diabetes tipo 2, não consegue obter insulina na rede pública há três meses. Sua esposa, Escilda, compartilhou a dificuldade de arcar com os custos do tratamento, que chega a R$ 1.000 para as insulinas de melhor qualidade.

Essa realidade é resultado de um acordo intermediado pelo Ministério Público, onde o Estado e o Município de Natal optaram por seguir os protocolos do Ministério da Saúde, que não contemplam o uso de insulinas análogas para diabetes tipo 2. Dessa forma, a oferta de insulinas regulares e NPH passou a ser responsabilidade do município, enquanto as insulinas análogas, agora sob responsabilidade do Estado, não estão disponíveis na Unicat, unidade responsável pela distribuição.

A Sociedade Brasileira de Endocrinologista (SBEM/RN), por meio de seu presidente, Pedro Henrique Dantas, criticou a mudança. Ele ressaltou que as insulinas análogas são mais modernas e garantem uma melhor eficácia no tratamento do diabetes tipo 2, reduzindo riscos de complicações graves como infarto, AVC e perda da função dos rins.

No entanto, além da mudança, a insulina análoga de ação prolongada está em falta na Unicat. A Secretaria de Saúde Pública do Estado (Sesap) aguarda a finalização do processo licitatório por parte do Ministério da Saúde para normalizar a distribuição. Enquanto isso, os pacientes continuam sem acesso adequado ao tratamento, enfrentando incertezas e dificuldades financeiras para manter o controle da doença.




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