A partir de agosto deste ano, pacientes de Natal que sofrem de diabetes mellitus tipo 2 enfrentarão uma mudança no tratamento oferecido pela rede pública de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS/Natal) seguirá os novos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde (MS), os quais excluem as insulinas análogas, consideradas de última geração para o controle da doença.
Pedro Henrique Dantas, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Rio Grande do Norte (SBEM/RN), expressou sua preocupação com essa alteração. Segundo ele, as insulinas análogas oferecem um controle mais eficaz e seguro do diabetes tipo 2, reduzindo os riscos de complicações graves como infarto, AVC, e problemas renais, o que não é possível com as insulinas NPH e Regular.
Dantas alerta que a transição para tratamentos menos avançados pode resultar em um aumento imediato nos níveis de glicose no sangue dos pacientes, com possíveis consequências a longo prazo, como maior incidência de complicações e maiores custos com internações hospitalares futuras.
Disponibilidade de medicamentos
Atualmente, além das insulinas NPH e Regular, os pacientes poderão ser tratados com medicamentos como metformina, glimbenclamida, gliclazida e dapagliflozina. No entanto, a disponibilidade destes últimos na rede pública já é um desafio, com relatos de falta especialmente de gliclazida e dapagliflozina nas Unidades Básicas de Saúde.
A SMS/Natal informou que a distribuição desses medicamentos depende do fornecimento pelo Ministério da Saúde, e ainda não há previsão para normalização do estoque.
Enquanto isso, pacientes com diabetes tipo 1 poderão continuar recebendo insulina análoga através da Unicat, embora a disponibilidade da insulina de ação prolongada permaneça incerta.
Em agosto, a Unicat irá distribuir as insulinas análogas apenas para pacientes com diabtes tipo 1 e, ainda assim, há mais uma preocupação. É que não há prazos para que a insulina de ação prolongada seja disponibilizada. De acordo com a Sesap, a aquisição “não foi ainda finalizada pelo Ministério da Saúde”. A Secretaria não respondeu como ficará a situação dos pacientes caso a medicação não seja adquirida em tempo hábil pelo MS para atender aos pacientes que necessitam do tratamento.
O Ministério da Saúde foi contatado para comentar sobre os prazos para aquisição das insulinas análogas de ação prolongada, mas até o momento não houve resposta.