Oi! Tudo de boas com você? Esse degustador de filmes, series e tudo que o audiovisual produz, espera que sim!
Esse filme é o primeiro no qual vou me valer de conhecimento acadêmico, adquirido quando estava cursando o PROFHISTÓRIA/UFRN, sendo mais exato, o conhecimento da disciplina de Narrativa, Imagem e a Construção do Fato Histórico, que foi brilhantemente ministrada pela Dra. Maria da Conceição Guilherme Coelho. Mas, não irei detalhar aqui o conhecimento, citei só para termos uma ideia do quanto foi emocional escrever sobre esse filme, tendo que recorrer a técnica, senão essa resenha não saía. Se você perguntou o porquê disso agora, respondo com um exemplo, em “Bebe Rena”, que escrevi carregado de emoção, foi muito mais fácil terminar o texto do que nesse, pois, chorei assistindo o filme, estou chorando nesse momento que escrevo. Minha identificação foi imediata com o enredo, guardando proporções. Lembrei de situações que passei quando na adolescência demostrava afetos por meus amigos, e nessa sociedade de hipocrisias sei que um homem não pode demonstrar afetos por homem. Entendo o cunho homofóbico que está por trás dessa situação e que merece um texto para aprofundar o tema.
Destarte, não vou ser arrogante e ditar para você que esse filme é necessário como a gente sempre lê alguém ditando, que tais livros são necessários, tais filmes e etc. Mas, ao chegar no final dessa parca escrita, se ainda não assistiu “Close”, procure assistir e faça um favor a si e aos que lhe rodeiam, ame a si e ao próximo, respeite e se livre da ignorância homoafetiva e qualquer outra forma preconceituosa, porque essas matam e matam muito.
“Close”, dirigido por Lukas Dhont, explora, com sensibilidade e maestria, a complexa relação entre dois amigos adolescentes, Léo e Remi, em um momento crucial de suas vidas. O filme captura a intensidade da amizade masculina, a descoberta da identidade e os perigos da pressão social, tudo isso ambientado no contexto escolar.
O filme acompanha de perto a jornada dos dois amigos enquanto eles lidam com a dor, a culpa, o medo e um deles vai tentar entender os eventos que levaram a uma tragédia ocorrida na trama. Calma, não irei relatar a tragédia para não dar spoiler.
Um dos pontos fortes de “Close” é a forma como retrata a amizade masculina na adolescência. Léo e Remi são amigos inseparáveis, compartilhando tudo um com o outro. Sua amizade é intensa, física e afetiva, desafiando as normas sociais tradicionais de masculinidade. Explora com delicadeza a descoberta da identidade e as inseguranças que acompanham esse processo. Léo e Remi estão em um momento de suas vidas em que estão começando a se questionar sobre quem são e qual é o seu lugar no mundo. Essa busca por identidade se torna ainda mais complexa diante da pressão social e dos estereótipos de gênero.
“Close” também aborda o tema do bullying e do impacto devastador que a fofoca pode ter na vida de um adolescente. Um boato maldoso sobre Léo e Remi se espalha pela escola, colocando em risco a amizade dos dois e levando a consequências trágicas. O filme nos convida à reflexão sobre a importância da amizade, da comunicação e da empatia. Nos faz pensar sobre como nossas palavras e ações podem afetar os outros, especialmente os mais jovens e vulneráveis.
Dhont constrói sua narrativa de forma tensa e envolvente, explorando as consequências devastadoras de um boato maldoso e a fragilidade da nossa mente que pode adoecer devido a maldade alheia. A adolescência é retratada com sensibilidade, enquanto o desfecho trágico serve como um alerta para os perigos da homofobia e da falta de empatia.
Este é um filme imperdível para quem busca uma história tocante e reflexiva sobre a amizade, o afeto e os desafios da adolescência, que vai te emocionar e te fazer pensar, espero eu.
Parabéns Professor Claudio Wagner pelo texto. Close é, sem dúvida alguma, um filme sensível, tocante e emocionante. Só alguém sem coração não se emociona com a estória de Léo e Remi.