Zenaide Maia trava batalha para manter direitos das mulheres no Código Eleitoral

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Ícone de crédito Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A voz da senadora Zenaide Maia (PSD-RN) ecoou com força nos corredores do Senado nesta semana. Como procuradora da Mulher e veterana na luta por representação política feminina, ela lidera a resistência contra mudanças que ameaçam reduzir a participação das mulheres na política. “Não vamos aceitar disfarces de progresso que escondem retrocessos”, declarou com a firmeza de quem conhece cada batalha dessa guerra.

O cerne da disputa está na proposta do relator Marcelo Castro (MDB-PI) para o novo Código Eleitoral. O texto pretende substituir a atual regra que garante 30% das candidaturas e recursos do fundo eleitoral para mulheres por uma reserva de apenas 20% das cadeiras legislativas. Para Zenaide, isso representa uma armadilha perigosa. “No Rio Grande do Norte, onde aplicamos os 30%, conquistamos 40% das prefeituras. Por que querem mudar o que está dando certo?”, questiona.

A senadora potiguar não poupa críticas ao argumento de que faltam mulheres interessadas na política. “Quando criam dificuldades para nosso financiamento e depois dizem que não temos candidatas, isso se chama sabotagem”, dispara. Seus números falam por si: enquanto mulheres são 52% da população brasileira, ocupam menos de 20% das cadeiras no Congresso. Entre as negras, o cenário é ainda mais dramático – apenas 2,5% na Câmara dos Deputados.

O tom da discussão revela a profundidade da divergência. De um lado, o relator defende sua proposta como forma de acabar com candidaturas fictícias. “Queremos direcionar recursos para campanhas reais”, argumenta Castro. Do outro, Zenaide e suas aliadas veem uma cortina de fumaça. “Retirar as punições por descumprimento das cotas é convite para os partidos ignorarem as mulheres”, alerta a senadora.

Por trás dos números e regras, Zenaide enxerga algo maior. “Esta não é uma discussão sobre percentuais, mas sobre poder”, define. Ela lembra que a presença feminina na política é antídoto contra a violência de gênero e ferramenta para mudar leis que perpetuam desigualdades. “Cada cadeira ocupada por uma mulher significa políticas públicas diferentes, prioridades diferentes.”

A votação na Comissão de Constituição e Justiça se aproxima, e a tensão só aumenta. Movimentos sociais organizam campanhas de pressão, enquanto Zenaide mobiliza aliadas dentro e fora do Congresso. “Já conquistamos tanto. Não vamos recuar um milímetro”, promete a senadora, cuja trajetória política começou como enfermeira e hoje a coloca como uma das vozes mais respeitadas na defesa dos direitos das mulheres.

Enquanto isso, no Rio Grande do Norte, os resultados falam por si. Das 167 prefeituras, 67 são comandadas por mulheres – prova viva de que, quando dadas as condições, elas transformam a política. “Não queremos favores. Queremos igualdade real”, resume Zenaide, pronta para mais um round dessa luta que já dura quase um século, desde a conquista do voto feminino no Brasil.




Zenaide Maia trava batalha para manter direitos das mulheres no Código Eleitoral


Ícone de crédito Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A voz da senadora Zenaide Maia (PSD-RN) ecoou com força nos corredores do Senado nesta semana. Como procuradora da Mulher e veterana na luta por representação política feminina, ela lidera a resistência contra mudanças que ameaçam reduzir a participação das mulheres na política. “Não vamos aceitar disfarces de progresso que escondem retrocessos”, declarou com a firmeza de quem conhece cada batalha dessa guerra.

O cerne da disputa está na proposta do relator Marcelo Castro (MDB-PI) para o novo Código Eleitoral. O texto pretende substituir a atual regra que garante 30% das candidaturas e recursos do fundo eleitoral para mulheres por uma reserva de apenas 20% das cadeiras legislativas. Para Zenaide, isso representa uma armadilha perigosa. “No Rio Grande do Norte, onde aplicamos os 30%, conquistamos 40% das prefeituras. Por que querem mudar o que está dando certo?”, questiona.

A senadora potiguar não poupa críticas ao argumento de que faltam mulheres interessadas na política. “Quando criam dificuldades para nosso financiamento e depois dizem que não temos candidatas, isso se chama sabotagem”, dispara. Seus números falam por si: enquanto mulheres são 52% da população brasileira, ocupam menos de 20% das cadeiras no Congresso. Entre as negras, o cenário é ainda mais dramático – apenas 2,5% na Câmara dos Deputados.

O tom da discussão revela a profundidade da divergência. De um lado, o relator defende sua proposta como forma de acabar com candidaturas fictícias. “Queremos direcionar recursos para campanhas reais”, argumenta Castro. Do outro, Zenaide e suas aliadas veem uma cortina de fumaça. “Retirar as punições por descumprimento das cotas é convite para os partidos ignorarem as mulheres”, alerta a senadora.

Por trás dos números e regras, Zenaide enxerga algo maior. “Esta não é uma discussão sobre percentuais, mas sobre poder”, define. Ela lembra que a presença feminina na política é antídoto contra a violência de gênero e ferramenta para mudar leis que perpetuam desigualdades. “Cada cadeira ocupada por uma mulher significa políticas públicas diferentes, prioridades diferentes.”

A votação na Comissão de Constituição e Justiça se aproxima, e a tensão só aumenta. Movimentos sociais organizam campanhas de pressão, enquanto Zenaide mobiliza aliadas dentro e fora do Congresso. “Já conquistamos tanto. Não vamos recuar um milímetro”, promete a senadora, cuja trajetória política começou como enfermeira e hoje a coloca como uma das vozes mais respeitadas na defesa dos direitos das mulheres.

Enquanto isso, no Rio Grande do Norte, os resultados falam por si. Das 167 prefeituras, 67 são comandadas por mulheres – prova viva de que, quando dadas as condições, elas transformam a política. “Não queremos favores. Queremos igualdade real”, resume Zenaide, pronta para mais um round dessa luta que já dura quase um século, desde a conquista do voto feminino no Brasil.

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