Por Saul Oliveira
Estes dias li que a eleição em Natal tem certa semelhança com o pleito de 2012, no entanto gostaria de ir mais longe e lembrar que este ano tem muita semelhança com a eleição de 1992, a primeira municipal com a possibilidade de 2º turno para as cidades com mais de 200 mil eleitores. Vamos lá, uma volta há mais de 3 décadas veremos alterações, “permanências” e mudanças de atores e atrizes políticos na capital potiguar e no estado do Rio Grande do Norte.
Em 1992, tínhamos três principais candidatos era o Deputado Federal Henrique Eduardo Alves, eleito deputado desde de 1970, filho do ex-governador e ministro Aluízio Alves, figura política histórica no nosso RN e principal liderança do clã Alves que protagonizou a política do RN por praticamente mais de meio século. Naquele ano, Alves já era candidato a prefeito pela 2x, sendo a primeira em 1988 quando perdeu a eleição para a então Wilma de Faria, primeira Deputada Federal do RN e a mais votada de 1986, vendo o presente e olhando pro passado, em 88, seria o ano que Natália Bonavides (PT), umas das principais candidatas deste ano ao Palácio Felipe Camarão nasceu e que em 2022, foi reeleita Deputada Federal e mais votada do RN.
Voltemos a mergulhar no início dos anos 90, a então Prefeita Wilma (PSB) lança um nome técnico para sua sucessão, o seu Secretário de Planejamento Aldo Tinoco (PSB). Neste ano, o Prefeito Álvaro Dias (Republicanos) até ensaiou fazer o mesmo e lançar a Secretária de Planejamento Joana Guerra (Republicanos), no entanto optou por indicá-la a vice-prefeita do Deputado Federal Paulinho Feire (União Brasil), candidato da extrema direita, do Senador Rogério Marinho (PL) e do Senador Sterveson Valentin (Podemos ). Em sua trajetória política, Freire possui vice-prefeito de Micarla de Souza, vereador de Natal por vários mandatos, Deputado Estadual e Presidente da Câmara dos Vereadores de Natal.
Neste ano, um Alves ainda pode chegar a prefeitura, ou melhor voltar, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves apoiado este ano pela Senadora Zenaide (PSD) que assumiria pela primeira vez, no início deste século com a renúncia da então prefeita Wilma de Farias, em 2002, reeleito em 2004. Como também, eleito em 2012 e reeleito em 2016, na qual tinha o atual Prefeito Álvaro Dias como seu vice-prefeito. Olhamos pelo retrovisor, em 92, não tínhamos somente um Alves disputando a prefeitura com chances de vitória. Já que Anna Catarina Alves, irmã gêmea de Henrique Alves, era a candidata do então Governador José Agripino Maia, líder do clã e força política Maia. Naquele ano, a Governadora atual, iniciaria ainda a vida pública em cargos eletivo, Fátima Bezerra (PT) seria eleita Deputada estadual, em 1994, a paraibana hoje é Governadora reeleita e já escreveu seu nome na história potiguar, vencendo o Governo do RN, por duas vezes junto a Garibaldi Alves, José Agripino Alves e Wilma de Faria. O seu vice-governador é Walter Alves (MDB), filho do ex Governador Garibaldi e o partido também apoiará Bonavides.
O Pleito de 1992 terminaria com a disputa por segundo turno, não com os filhos de Aluízio Alves disputando a prefeitura e sim com Henrique Alves enfrentando Aldo Tinoco e perdendo na eleição mais acirrada da história de Natal, até então por menos de mil votos. A história desse pleito já foi escrita, a deste ano está sendo escrita por todos nós. Com o período de convenções perto de encerrar dia 05 de agosto. Carlos Eduardo Alves (PSD), poderá voltar a Prefeitura, Natália Bonavides (PT) poderá ser a terceira prefeita de Natal ou Paulinho Freire poderá ser eleito.
Dessa Forma, das memórias afetivas que tenho do meu pai me contando desse pleito na nossa Jucurutu-RN. Hoje, radicado e adotado por Natal, na qual é o meu viver nas últimas quase duas décadas, metade de minha vida, também estou atento e atuante na cena política atual que definirá os rumos de nossa amada cidade pelos próximos 4 anos. Seguimos todos natalenses nascidos ou radicados ou talvez de passagem escrevendo e lutando pela história de condução da Natal que desejamos ver e que terá desfecho de resultado até o final de outubro.
Saul Oliveira é bacharel em comunicação Social – Jornalismo e em Serviço Social pela UFRN, além de Servidor Público Federal na UFRN.